Experiência a Bordo com a Turkish Airlines 🇹🇷: Milão – Istambul – Seychelles ✈️

Nota: De forma a manter a experiência o mais genuína possível, o voo foi pago integralmente por nós e a companhia não foi informada que iríamos produzir qualquer artigo relacionado.

Milão Malpensa – Istambul (Hora prevista de partida:18:50; Hora prevista de chegada: 23:40; Duração prevista de voo: 2h 50m, Airbus A321)

Check-in em Milão:
Como na tarifa que tínhamos selecionado a seleção de lugares era paga (os passageiros eram colocados juntos, mas os lugares atribuídos aleatoriamente), resolvemos tentar a nossa sorte e fazer o check-in apenas no balcão, pedindo com jeitinho uns lugares à janela. Quando chegámos, a fila não era grande. A Turkish tinha 5 balcões a funcionar: 2 para classe económica, 2 para classe executiva e 1 para passageiros de classe económica que tivessem feito o check-in online e que apenas precisassem de despachar malas. Depois de uns 20 minutos na fila e já com a documentação da Covid verificada, (sim, as Seychelles ainda têm algumas restrições) estávamos prontos a dirigir-nos para a zona de embarque.

Embarque:
O embarque teve início por volta das 18h10 na porta B51. Os passageiros da Classe Executiva / Status Premium embarcaram primeiro, seguidos pelos passageiros de classe económica. Correu tudo sem problemas.

Voo TK1876:
O Airbus A321 estava dividido em duas classes: Executiva e Económica. Os assentos da classe executiva tinham uma configuração de 2 a 2, enquanto a económica tinha uma configuração típica de 3-3. Os assentos são muito semelhantes aos TAP Economy Xtra nos seus modelos A32x, com um conforto decente para voos de curta ou média distância, apoio de cabeça ajustável e um bom ângulo de reclinação. O espaço para as pernas também era semelhante. Não era fantástico, mas era suportável para um voo de 4-5 horas.

A principal diferença com os modelos A32x da TAP (excepto o A321LR) foi o excelente sistema de entretenimento a bordo que a Turkish Airlines oferece – e que torna a Turkish a única (?) companhia aérea a aplicar o sistema em todos os seus aviões narrow-body a fazer voos de 3 ou 4 horas na Europa. Ao contrário do que tinha acontecido nos nossos voos Lisboa – Istambul – Cairo, desta vez achámos que o catálogo era bastante bom, com lançamentos recentes e bastante variedade. As inúmeras  “curtas-metragens” que a Turkish tem dos seus vários destinos são um excelente entretenimento.

O voo TK1876 partiu do Aeroporto de Milão Malpensa por volta das 19:00.

Aproximadamente 45 minutos depois, o jantar foi servido. Os passageiros podem escolher entre dois pratos principais:

• Peito de frango com arroz
• Pasta com molho de tomate

Além do prato principal, também foram oferecidos aos passageiros uma bebida, uma pequena salada, um pão, água e uma sobremesa. Escolhi o frango com arroz e estava muito bom, tal como esperado de uma companhia conhecida por ter um dos melhores serviços de catering do mundo. No entanto tenho que dizer, como picuinhas, que não estava tão bom como o Kofta do voo Lisboa – Istambul em 2021, ou como as almôndegas da KLM que comi num voo AMS-GRU e a alguma distância do Santo Graal de refeições a bordo que este indivíduo já comeu: um biryani de cordeiro incrível oferecido num voo da Etihad MAD-AUH em 2017. Após a refeição, foi oferecido novamente aos passageiros chá / café ou qualquer outra bebida.

O serviço da tripulação durante todo o voo foi o esperado. Rápido, eficiente e educado.

O voo TK1760 aterrou no Aeroporto Internacional de Istambul por volta das 23:40.

Istambul – Mahe (Hora prevista de partida: 2:10; Hora prevista de chegada: 11:00; Duração prevista do voo: 7h50 min, Airbus A330-300)

Embarque em Istambul:
O embarque ocorreu na em duas fases: Antes de deixar os passageiros na área de embarque propriamente dita, os funcionários do aeroporto realizavam um procedimento de pré-embarque, que consistia numa primeira verificação documental. Depois disso, o cartão de embarque era carimbado e os passageiros passavam para a área de embarque propriamente dita. Esta primeira verificação teve início por volta da 1:20h, enquanto o embarque teve início cerca de 20 minutos antes da hora prevista de partida.

Como a verificação de todos os documentos tinha sido feita à priori, o embarque no avião foi extremamente rápido, dado que o staff precisou apenas de fazer a leitura dos cartões de embarque.

Voo TK748:
Depois de vários voos de curta ou média direção na Turkish em aviões narrow-body, finalmente um voo de longo curso em wide body. O Airbus a 330-330 da Turkish estava organizado em 2 classes: executiva (configuração 2-2-2) e económica, configurada em 2-4-2. Todos os passageiros tinham à sua espera no lugar uma manta confortável e uns auriculares. Almofadas estavam disponíveis a pedido.

Para além do distinto padrão colorido, os assentos tinham um ângulo de inclinação bastante bom, encosto de cabeça ajustável, estavam equipados com sistema de entretenimento a bordo com um ecrã de dimensões generosas e com o cada vez mais raro suporte para pés – pode tornar o voo muito mais confortável. As duas bolsas separadas também dão imenso jeito: a maior para colocar os auriculares, livros, tablet, etc e outra mais pequena para poderes colocar a carteira / telemóvel / passaporte.

Para além de um generoso ecrã (o conteúdo do sistema em si é igual ao do voo Milão – Istambul), a cadeira está equipada com uma mesa / tabuleiro, com um suporte para copos independente e com 2 modos de abertura: a metade – onde podes pousar o teu telefone, os teus auriculares, etc, sem perder muito espaço – e completa, que serve para trabalhares no computador / tablet ou para fazeres as refeições (Aliás, já o A321 no voo anterior estava equipado com este tipo de mesa). Em comparação com o assento da Emirates, por exemplo, este perde um pouco na questão do conforto e da ausência de uma tomada para ligares o teu portátil ou outro equipamento que não carregue através da porta USB que existe no ecrã, mas ganha na existência de um repousa pés, ausente no Boeing 777 da companhia dos Emirados Árabes.

O voo TK748 descolou do Aeroporto Internacional de Istambul por volta das 2h30, 15 minutos após a hora prevista de partida.

Já no ar, foram distribuídas bolsas de amenities para todos os passageiros, contendo tampões para os ouvidos, escova e pasta de dentes, uma venda, meias e chinelos. Uma absoluta raridade para quem voa em económica, hoje em dia.

Após cerca de 1h20m no ar, foi servido (outro) jantar.

Os passageiros podem escolher entre dois pratos principais:

• Caril de Frango com Arroz
• Pasta com molho de tomate

Como não sou propriamente fã de pratos de pasta a bordo, voltei a optar pelo frango e voltei a não me arrepender. Estava, novamente, muito bom. Para além do frango, o tabuleiro da refeição era complementado com uma salada de tomate, azeitonas e feta, húmus, mousse de chocolate, um pão, manteiga e água. Para além disso, os passageiros podiam pedir várias bebidas à sua escolha.

Após a refeição, foi oferecido novamente aos passageiros chá / café ou qualquer outra bebida, bem como uma nova garrafa de água.

Depois disso, as luzes foram desligadas, de forma a que fosse possível descansar.

Faltando cerca de 1h:30m para a aterragem em Mahe, foi servido o pequeno almoço. Normalmente, os pequenos almoços da Turkish são bastante bons e os ovos costumam estar no ponto, mas este estava bastante mau. Os ovos tinham uma textura muito estranha, como podem ver na foto. Salvou-se a mini sandwich, a salada e o iogurte com granola.

Mais uma vez, nada a apontar à tripulação. Totalmente profissional.

Após cerca de 7h30m o Airbus A330-300 aterrou nas Seychelles, aproximadamente na hora prevista.

Mahe – Istambul (Hora prevista de partida: 23:15; Hora prevista de chegada: 06:20; Duração prevista do voo: 8h50min, Airbus A330-300)

Check-in em Mahe:
Mais uma vez resolvemos fazer o check-in diretamente no balcão. Não foi um erro grande… foi “bigue”. Embora existissem 3 balcões para classe económica e 2 para executiva, cada check-in demorava o triplo ou o quádruplo comparativamente ao que tínhamos experienciado para o voo de vinda, em Milão. Para além disso, a zona de check-in do aeroporto de Mahe não tem ar condicionado, o que torna a espera, em pé, com 30 graus e humidade elevada, um pouco mais desagradável. Mas depois de 1h na fila, enquanto assistíamos à parte final dos 90 minutos do jogo Croácia – Brasil e depois do prolongamento e respectivos penalties, lá conseguimos ser atendidos por uma senhora simpatiquíssima e trazer os nossos cartões de embarque.

Embarque:
O embarque começou por volta das 22:30. Embora não existisse uma ordem de embarque específica, correu tudo sem problemas, e, depois de 5 minutos na fila, estávamos a caminhar em direção ao avião.

Voo TK749:
Como o modelo de aeronave era o mesmo, não nos vamos alongar muito relativamente à configuração.

No entanto, vale a pena dizer que os interiores eram menos recentes que os do A330 que nos trouxe para as Seychelles. Os bancos eram igualmente confortáveis, mas o ecrã do entretenimento a bordo era bastante menos moderno. O espaço de pernas pareceu-me ligeiramente melhor. Nada de grave, portanto.

Tal como no voo de vinda, havia uma manta e auriculares em cada assento e voltaram a ser distribuídas as bolsas de amenities.

O Airbus A330-300 da Turkish Airlines descolou das paradisíacas Seychelles por volta das 23:20. Depois de cerca de 1 hora no ar, foi servido o jantar e o estimado leitor poderá já tentar adivinhar quais eram as duas escolhas: Sim, ou pasta ou frango. Fiel à minha rejeição semi-religiosa de pratos de pasta a bordo, voltei a pedir o frango, desta fez com vegetais grelhados, e voltou a estar muito bom. De salientar que, embora em todos estes voos a proteína proposta tenha sido a mesma, a sua confecção foi sempre diferente.

Tudo corria de forma normal, até a tripulação pedir a ajuda de um profissional de saúde a bordo devido a doença súbita de um passageiro, pedido ao qual a nossa / vossa cirurgiã ortopédica residente respondeu prontamente, juntamente com 2 outras pessoas. Depois de cerca de 1 hora a tentar estabilizar o passageiro, foi decidido que o avião teria de ser desviado. Embora a primeira opção tivesse sido aterrar no – e aposto que o senhor em questão deve ter engolido em seco – Djibouti, o destino final acabou por ser a Adis Abeba, na Etiópia. No final, aparentemente, tudo correu bem. O passageiro foi levado para o hospital e nós prosseguimos caminho.

Cerca de 1 hora antes da aterragem, foi-nos servido o pequeno almoço, que consistia num pão, umas fatias de queijo, uma omelete, tomate grelhado e cogumelos. Estava tudo OK, excepto os cogumelos (?), que estavam bastante maus.

Quanto à tripulação: é necessário dizer que teve algumas falhas quando foi necessário prestar auxílio ao passageiro. Falhas essas que não vamos abordar aqui especificamente, porque não é nosso propósito explorar a desgraça alheia, e que seguiram diretamente, por escrito, para a companhia.

Também teria sido bom um agradecimento aos profissionais de saúde envolvidos na assistência e que estiveram acordados várias horas durante a noite a tentar estabilizar um doente urgente, enquanto os restantes passageiros dormiam. E não foi por falta de oportunidade, pois antes da aterragem foi pedido às envolvidas que assinassem um documento, atestando a utilização do uso de substâncias controladas a bordo.

O TK749 aterrou no Aeroporto Internacional de Istambul por volta das 10h00, quase quatro horas depois do tempo previsto, devido ao desvio da aeronave.

Istambul – Mahe (Hora prevista de partida: 20:30; Hora prevista de chegada: 21:30; Duração prevista do voo: 3 min, Airbus A321)
Embora o voo tivesse chegado bastante atrasado, nós tínhamos planeado uma escala longa em Istambul, de forma a aproveitarmos o generoso programa de layover / stopover da Turkish – o Touristambul. Dependendo da duração da vossa escala, poderão ter direito a um tour da cidade, com transfers, guia e refeições por conta da companhia. Sim, sem pagar absolutamente nada. Embora no nosso caso já não tenhamos conseguido aproveitar um full-day tour, conseguimos inscrever-nos para um half-day tour do centro histórico da cidade. Podes ver como te inscreveres no destaque de Instagram que criámos sobre isso.

Depois do tour, o transfer deixou-nos à porta do aeroporto e, como já tínhamos feito o check-in nas Seychelles e só estávamos a voar com mochila, foi só ir directos à segurança e passar novamente pelo controlo de passaporte.

Embarque:

Voo TK1877:
Novamente o mesmo modelo A321 que nos levou de Milão para Istambul, por isso nada a dizer. O Airbus A321 descolou de Istambul às 20:45, 15 minutos depois depois da hora prevista.

Aproximadamente 1h após deixarmos Istambul para trás, foi servido o jantar. Se estava à espera de uma nova variação de frango, desengane-se. Finalmente tivemos direito ao prato típico da turkish: o kofta, sendo que a outra escolha era pasta com molho de tomate. Obviamente este indivíduo optou pelo Kofta e estava excelente, como é habitual.

O voo TK1877 aterrou em Milão por volta das 21:30 locais, sem qualquer atraso. A tripulação foi cordial e profissional. Nada a apontar.

Conclusão:
Tive uma impressão muito boa da Turkish Airlines quer na viagem a Israel e Jordânia em 2017, quer na viagem ao Egito em 2021, mas ainda não tinha voado com a companhia em longo curso, o que me permite tirar algumas conclusões extra. A nível de voos de média / curta distância, a Turkish apresenta um produto diferenciado. É muito raro que voos de 3/4h na Europa sejam acompanhados de refeições completas e de um sistema de entretenimento a bordo totalmente funcional. De Lisboa, para além da Turkish, a Emirates também oferece um serviço de refeição e entretenimento de grande qualidade, é verdade, mas do Porto, neste momento, a Turkish é provavelmente a única companhia que garante esta qualidade em todas as etapas da viagem e isso merece ser assinalado.

No que toca ao produto de longo curso, o voo do A330 de Istambul para as Seychelles, foi praticamente irrepreensível tirando, efetivamente, os ovos do pequeno almoço. Avião confortável, com os cada vez mais raros suportes para os pés e entretenimento de qualidade, com um ecrã grande e responsivo. O avião do voo de volta, sendo mais antigo, deixou um pouco mais a desejar mas, ainda assim, o produto é bastante sólido. Tirando o comportamento da tripulação durante a emergência médica, não temos nada a apontar também ao serviço a bordo.

Não é a melhor companhia aérea com quem voámos – A Singapore Airlines leva vantagem – mas a Turkish merece um grande elogio por apresentar um produto muito sólido, em alguns pontos (catering) de grande nível (tirando aquelas duas falhas estranhas), que se destaca da sua competição no que toca ao mercado de curta e média duração, mantendo um bom nível no mercado de longo curso, mas aí com maior dificuldade em destacar-se das principais concorrentes.