Guia de viagem de Varsóvia que inclui informações acerca de hotéis, restaurantes e transportes entre aeroporto e cidade, bem como um roteiro completo de 72 horas. O itinerário menciona tudo o que ver e fazer em Varsóvia em 3 dias, com destaque para as principais atracções e pontos turísticos.
Capital da Polónia, Varsóvia é uma das capitais em maior crescimento – quer económico, quer de relevância – da União Europeia. Conhecida como a “Cidade Fénix”, é impossível dissociar Varsóvia da sua trágica história durante a Segunda Guerra Mundial, quando Hitler ordenou que os edifícios fossem totalmente raziados após uma insurreição organizada pela população. Como resultado, 85% da cidade foi totalmente dizimada.
No entanto, após o fim do conflito, as autoridades fizeram questão de renovar a cidade, reconstruindo todo o centro histórico exactamente como era, de acordo com fotografias e pinturas antigas. Mais tarde, o cenário foi complementado com os tradicionais blocos cinzentos brutalistas e, depois do país se soltar das amarras soviéticas, prédios modernos e arranha-céus, dando a Varsóvia o ar eclético que perdura até aos dias de hoje. Pese embora muitos tendam a esquecer a capital em virtude da pitoresca e histórica Cracóvia, estamos em crer que é impossível conhecer a verdadeira essência Polaca até se pisar o solo da sua fascinante, aguerrida e extremamente interessante capital.
Posto isto, convidamos-te a ler o nosso guia de viagem de Varsóvia e descobrir o que de melhor a capital polaca tem para oferecer, incluindo hotéis, restaurantes, dicas de segurança e ainda um roteiro completo de 3 dias com tudo o que deves visitar em Varsóvia.
Tratando-se da capital e maior cidade do país, não surpreende que Varsóvia seja servida por nada menos que 3 aeroportos internacionais: o Aeroporto Frédéric Chopin (WAW), o Aeroporto Varsóvia-Modlin (WMI) e o Aeroporto de Radom (RDQ).
Partindo de Portugal, existem voos directos para o Aeroporto Frédéric Chopin a partir de Lisboa (LOT, TAP e Wizz Air), Porto (Wizz Air), Funchal (Wizz Air) e Faro (Smartwings) e para o Aeroporto de Modlin a partir de Lisboa, Porto e Faro, todos com a Ryanair.
A quantidade de ligações directas, juntamente com o sistema de transportes públicos e o facto do centro histórico ser extremamente compacto, fazem com que Varsóvia seja o destino perfeito para um fim-de-semana prolongado. Embora seja possível visitar as principais atracções em apenas 48 horas, terias que andar a correr e não terias tempo para levar as coisas com calma.
Posto isto, recomendamos que reserves 3 dias para a tua visita a Varsóvia, o que te permitirá visitar a Cidade Velha (e arredores), conhecer os extraordinários museus locais e ainda visitar os palácios e parques da periferia. Mesmo que consigas encaixar tudo em apenas 2 dias, sobrar-te-ão 24 horas para, quiçá, aventurares-te numa day trip.
À semelhança da generalidade dos países europeus, a melhor altura para visitar Varsóvia corresponde aos meses de Primavera, Verão e de início de Outono no hemisfério norte, com especial destaque para o período entre Maio e Outubro, quando a probabilidade de apanhares dias quentes e solarengos é substancialmente maior.
Também de acordo com o nosso guia de viagem de Varsóvia, outra altura excelente para visitar o país corresponde à época de Natal, quando a cidade organiza um dos melhores mercados de Natal da Europa.
Uma vez que continuarás dentro da União Europeia, não te é exigida a apresentação de passaporte para poderes viajar, bastando apenas que estejas na posse de cartão de cidadão válido.
Estando o país vinculado às regras de roaming da UE, não te será cobrada qualquer taxa de roaming durante a tua visita a Varsóvia.
Assim sendo, poderás simplesmente utilizar o teu cartão (quase) como se estivesses em Portugal (os dados das apps que as operadoras portuguesas contam num plafond separado, passam a contar para o teu plafond principal de dados. Isto significa que se tiveres 5GB de dados + 15GB para apps, enquanto estiveres em Varsóvia esses dados vão ser retirados aos 5GB e não aos 15GB).
Tendo como moeda oficial o Zloti Polaco (PLN), qualquer levantamento que faças em Varsóvia recorrendo a um cartão português, recorrerá naturalmente ao pagamento de várias taxas. Para além da taxa percentual sobre o valor do levantamento (relativa à conversão), a tua transacção estará também sujeita ao pagamento de um valor fixo, referente à taxa por levantamento de divisa fora da zona Euro. Contas feitas, podes acabar a pagar ao teu banco bem acima de 6% do valor do teu levantamento.
Uma vez que efectuar o câmbio antes da viagem está também longe de ser económico – para além de não ser propriamente seguro andares com uma quantia tão grande em dinheiro vivo – a melhor alternativa passa por recorreres aos serviços de bancos online como o Revolut ou o N26.
No caso do primeiro, permite-te efectuar levantamentos até um determinado limite mensal sem que te seja cobrada qualquer taxa. Para além disso, mesmo depois de atingido esse patamar, as comissões são residuais quando comparadas às dos bancos tradicionais. Contudo, é importante ter em atenção que o Revolut não te “protege” no que toca a eventuais taxas que o banco responsável pela caixa automática que utilizares cobre por levantamentos com cartão estrangeiro. Isto é especialmente relevante no que toca às infames caixas da Euronet, famosas por efectuarem sempre este tipo de cobrança. Seja como for, e existindo alguma comissão cobrada pelo banco do destino, essa informação é-te sempre comunicada antes de confirmares o levantamento, por isso nunca serás apanhado desprevenido.
De salientar também que em Varsóvia, tal como na maioria dos países europeus, os pagamentos eletrónicos são extremamente prevalentes e é cada vez mais rara a necessidade de levantar dinheiro. Ainda assim, e caso precises de o fazer, aconselhamos que uses os seguintes bancos que, à data da escrita deste artigo, não cobram qualquer taxa de levantamento:
Se preferires levar algum dinheiro e fazer câmbio, podemos aconselhar 3 casas de câmbio com avaliações muito favoráveis:
Descobre mais: Dicas para viajantes: Tudo que precisas de saber sobre o Cartão Revolut
Antes de tudo o resto, convém já ressalvar que Varsóvia é uma cidade extremamente segura. Com índices de criminalidade baixos e sem qualquer histórico de acções terroristas, podes sentir-te confortável em qualquer zona do centro, mesmo durante a noite.
Contudo, e como acontece em qualquer grande cidade, é sempre boa ideia utilizar o senso-comum. Nada de utilizar táxis que se recusem a ligar o taxímetro, ter cuidado com os teus pertences em zonas muito movimentadas – especialmente nas zonas turísticas e estações de comboio – e nunca aceitar ajuda de ninguém quando estiveres a utilizar uma caixa multibanco.
Recomendamos também a utilização de uma bolsa anti-roubo. Ao contrário das bolsas comuns, as bolsas “anti-roubo” são especificamente desenhadas para dificultar o acesso dos carteiristas e ladrões aos pertences do utilizador. Uma das marcas especializadas neste tipo de produto é a PacSafe. A PacSafe equipa as suas bolsas com bloqueio ou travão de fecho, materiais resistentes a cortes e tecido com bloqueio RFID que impede o roubo electrónico das informações de cartão de crédito por via contactless.
Nós temos os modelos Lunar, Crossbody e Sling e podemos pessoalmente atestar pela qualidade dos materiais especialmente pelas tecnologias de bloqueio / travão de fecho, que praticamente impossibilita abrirem-te a bolsa sem te aperceberes.
Para além disso, e uma vez que estás num país que utiliza uma moeda diferente, também não recomendamos que faças qualquer câmbio de divisa com um desconhecido. Mesmo nas casas de câmbio, certifica-te sempre de que confirmas o valor antes de entregares o dinheiro ao funcionário, uma vez que alguns destes estabelecimentos são conhecidos por ter práticas menos salubres (como taxas escondidas).
Por fim, e como aviso especial à comunidade LGBTQ+, a Polónia está longe de ser, pelo menos no espaço europeu, o destino mais acolhedor no que toca a minorias sexuais. Embora o antigo governo fosse conhecido pela sua retórica populista e combate àquilo que chama de “ideologia de género”, tentando colar a homossexualidade a conceitos verdadeiramente perversos como a doutrinação, o assédio sexual ou a pedofilia, a verdade é que essa perspectiva continua bem presente na sociedade polaca. Assim, e embora a capital seja bastante mais tranquila nesse sentido, com base neste histórico, recomendamos apenas que tenhas especial cautela no que toca a demonstrações públicas de afecto a pessoas do mesmo sexo, especialmente fora dos grandes centros turísticos.
À semelhança da maioria dos países/cidades que outrora ficavam do lado de lá da Cortina de Ferro, também Varsóvia tende a ter um custo de vida relativamente mais baixo que aquele a que estamos habituados e ao da generalidade dos países da Europa Ocidental e do Sul. É verdade que a cidade já não é assim tão barata quanto costumava ser, mas continua a ser um destino acessível.
Posto isto, e se estás a priorizar a busca de um sítio para dormir, deixamos-te uma sugestão para cada categoria de classificação no nosso guia de viagem de Varsóvia:
Situado a menos de 10 km de distância, a melhor forma de viajar entre o aeroporto Frédéric Chopin e o centro de Varsóvia passa por utilizar as linhas de comboio S2 e S3. A estação fica situada no interior do aeroporto, por isso é só seguir as placas – não há que enganar! Estes veículos operam entre as 06h00 e a 23h00, com uma frequência de partida de 30 minutos (1 a cada meia-hora em cada rota).
Se apanhares o S3, terás que sair na Estação Central de Varsóvia (Warszawa Centralna), ao passo que com a linha S2 o melhor destino será a paragem chamada Śródmieście. Ambas as estações ficam praticamente ao largo da mesma praça, junto ao Palácio da Cultura e da Ciência, com a viagem a durar cerca de 25 minutos. Quanto aos bilhetes, têm o custo de 4,40 PLN e podem ser adquiridos nas máquinas automáticas da plataforma ou através da app da Jakdojade.
Por outro lado, se assim o preferires, podes sempre recorrer ao autocarro 175, que liga o aeroporto à Praça Piłsudskiego, a apenas 10 minutos a pé da Cidade Velha. Para encontrares a paragem, é só seguires as placas laranja. Esta linha opera entre as 04h30 e 23h00, com uma frequência de saídas que varia entre os 15 e os 30 minutos, consoante a altura do dia. A duração da viagem, embora sujeita às condições de trânsito, ronda os 30 minutos. Os bilhetes custam igualmente 4,40 PLN, e podem ser adquiridos na app mencionada acima ou na máquina automática situada junto à paragem. Por fim, se chegares fora dos horários de operação de comboios e autocarros, tens sempre a linha nocturna N32, com saídas a cada 30 minutos entre as 23h15 e as 04h45. Neste caso, a paragem final será a Estação Central de Varsóvia.
Por outro lado, se voares com a Ryanair, é quase certo que aterrarás em Modlin, principal base aérea da transportadora na cidade. Situado a praticamente 50 km do centro de Varsóvia, a melhor maneira de viajar a partir do Aeroporto de Modlin passa por fazer uso do autocarro, com companhias como a Flixbus, a Contbus ou a Terravision a organizarem várias partidas diárias entre o aeródromo e o coração da capital.
Consoante o serviço que escolhas, o teu destino poderá ser a Estação Central, o terminal Warszawa Zachodnia ou a estação de metro Młociny. Seja como for, a viagem terá a duração de cerca de 1 hora, sendo que estes serviços estão disponíveis entre as 08h45 e a 01h30, com uma frequência combinada de partidas que pode variar entre os 30 minutos e as 2 horas. Os bilhetes podem ser comprados online no site de qualquer uma destas companhias, mediante um custo médio de €8,50.
Outra excelente opção passa por combinar um autocarro local com a rede ferroviária nacional. Felizmente, não precisas de planear tudo de forma independente, já que a Koleje Mazowieckie vende um bilhete único para as duas modalidades de transporte. Basta apanhar o autocarro à saída do terminal de chegadas e desembarcar na estação de comboios de Modlin, onde farás transbordo para um comboio rumo à Estação Central de Varsóvia.
No total, a viagem levará cerca de 60 minutos, divididos em 10 minutos para o trajecto até à estação local, 10 minutos para fazeres o transfer e os restantes 40 minutos para a viagem de comboio. O serviço está disponível entre as 04h40 e a meia-noite, com novas saídas a cada hora. O bilhete custa 25 PLN está disponível para compra no site da companhia ou nas máquinas automáticas à chegada.
Sinceramente, à excepção do transporte entre aeroporto e o centro da cidade (explicado acima) e da visita ao Palácio de Willanow, é perfeitamente possível (ainda que tenhas que caminhar bastante) percorrer as principais atracções turísticas de Varsóvia a pé e sem utilizar qualquer transporte público. No entanto, e caso precises de o fazer, ficas desde já a saber que Varsóvia tem uma rede de transportes públicos bastante abrangente, composta por metro, eléctricos e autocarros.
Posto isto, e do ponto de vista utilitário, o metro será provavelmente o meio mais útil, pelo que achámos por bem fazer um pequeno resumo de como navegar o metropolitano de Varsóvia.
Composto por quase 40 estações espalhadas ao longo de 2 linhas distintas (com mais três programadas para as próximas décadas), o metro é – juntamente com o eléctrico – o principal meio de transporte público de Varsóvia. Embora esteja longe de chegar a todos os subúrbios da capital polaca, os distritos centrais da cidade são servidos pelo sistema, facilitando assim o acesso às zonas turísticas e empresariais. Para descobrires que metro apanhar (e onde) para completares determinado trajecto, podes recorrer ao Google Maps, uma vez que os horários estão integrados na plataforma.
O horário de funcionamento do metro inicia às 05h00 e termina por volta da 01h00, com uma possível extensão até às 03h00 nas noites de Sexta e Sábado.
No que toca aos bilhetes, o preço de cada viagem irá depender da duração da mesma e do número de transbordos necessário. No espectro mais baixo, podes comprar um Bilet 20-minutowy, válido durante 20 minutos, por 3,40 PLN.
Por outro lado, se vais cumprir um trajecto mais longo, precisarás de um título de viagem Bilet jednorazowy przesiadkowy Strefa 1, que é válido durante 75 minutos e custa 4,40 PLN. No entanto, tem em atenção que não poderás sair da Zona 1, uma vez que a validade deste bilhete está circunscrita a essa área (não te preocupes, todo o sistema de metro está na Zona 1).
Finalmente, e este caso aplica-se apenas a viagens longas de comboio suburbano ou autocarro, se precisares de transitar entre as Zonas 1 e 2, vais precisar de um Bilet jednorazowy przesiadkowy Strefa 2, válido durante 90 minutos e que custa 7,00 PLN. Os títulos de viagem podem ser comprados nas máquinas automáticas presentes em todas as estações, ou directamente na app da moBILET, passando o teu smartphone a servir como bilhete.
Para terminar, se contas utilizar os transportes públicos de forma muito recorrente, então poderá valer a pena analisar as ofertas diárias e multi-diárias das plataformas:
*válido das 19h00 de Sexta-Feira às 08h00 de Segunda-Feira
Em Varsóvia, podes optar por explorar o centro com recurso a um free walking tour. Administrados por empresas ou guias locais, estes tours consistem em visitas guiadas pelos quarteirões históricos, no qual te vão contando as histórias de cada sítio e providenciando um importante contexto cultural. Embora os tours sejam, de facto, gratuitos, mandam os bons costumes que no final cada pessoa dê uma gorjeta ao guia como compensação pelo seu trabalho. No caso de Varsóvia, o valor mínimo aceitável deverá rondar os 25 PLN.
Posto isto, aqui estão algumas empresas que organizam free walking tours em Varsóvia:
Sem que tenhas que acelerar particularmente o ritmo, com 3 dias em Varsóvia é perfeitamente possível ficares a conhecer as principais atracções da cidade, sobrando-te ainda tempo para explorar algumas atracções secundárias dignas de registo.
Como tal, para tornar a tua experiência ainda mais rica, tomámos a liberdade de mencionar alguns sítios menos óbvios que deverás juntar à tua lista de coisas para ver e fazer em Varsóvia:
Quarteirão de Praga: Situado na margem oposta do Vístula, Praga é o distrito mais alternativo de Varsóvia, onde podes encontrar instalações artísticas vanguardistas e muitos dos bares e restaurantes da moda. Curioso, já que o bairro foi durante muitas décadas olhado como um local perigoso e a evitar.
Coração de Chopin: Nascido numa pequena vila a menos de 50 km de distância, o famoso compositor Frédéric Chopin cresceu em Varsóvia até aos seus 20 anos, altura em que imigrou para Paris e se tornou um nome lendário da música clássica. No entanto, nunca esqueceu as suas raízes, razão pela qual pediu expressamente que, após a sua morte, o seu coração fosse transportado e depositado em Varsóvia, acabando exposto na Igreja da Santa Cruz.
Jardim da Biblioteca da Universidade de Varsóvia: Inaugurado em 2002, este jardim é o espaço verde mais inovativo da cidade, e é surpreendente como tão poucos visitantes o conhecem apesar de ficar a um curtíssimo desvio da Rota Real. Oficialmente, é um dos maiores rooftop gardens (jardins estabelecidos em telhados/topo de edifícios) da Europa, e um excelente sítio para assistir ao pôr-do-sol sobre as águas do Vístula.
Cemitério Judaico: Com mais de 250.000 campas, às quais se somam algumas valas comuns onde foram depositados os restos mortais de muitos dos que morreram no Ghetto de Varsóvia, vale a pena visitar esta desconhecida necrópole. Ao passo que o seu congénere de Praga é bem mais conhecido, o Cemitério Judaico de Varsóvia é também um excelente lembrete do legado histórico e cultural da população judaica na Europa Central.
Hala Koszyki: Reaberto em 2016 após um período de semiabandono e renovação, este mercado conta agora com dezenas de restaurantes, cafés e espaços criativos, sendo um dos muitos exemplos das vantagens da revitalização de edifícios antigos. Para além, com o seu estilo industrial repleto de elementos de Art Nouveau, não faltam bons ângulos para fotografar.
O destino ideal para um fim-de-semana prolongado diferente, 72 horas serão suficientes para explorar o que de melhor Varsóvia tem para oferecer, permitindo-se explorar a sua extraordinária Cidade Velha e percorrer a fabulosa Rota Real, descobrir o legado histórico e cultural Judaico em Muranów, desfrutar da tranquilidade do Parque Lazienki, ficar a conhecer a comovente história da insurreição local no Museu da Revolta de Varsóvia, subir ao topo do Palácio da Cultura e da Ciência e ainda visitar o maravilhoso Palácio de Willanów. Parece muito, mas prometo que se faz bem!
Posto isto, fica com o nosso guia de viagem e descobre o que ver e fazer em Varsóvia em 3 dias:
Dando início à tua aventura por Varsóvia, a jornada inaugural teria que ser sempre dedicada ao centro histórico, lar de algumas das atracções mais emblemáticas da capital polaca. No entanto, e antes de mergulhares a fundo na arquitectura clássica, nas ruas em paralelo e nas fachadas coloridas da Cidade Velha, vais começar por explorar um pouco do distrito de Muranów. Conhecido pelo seu passado multicultural, Muranów era o lar da principal comunidade judaica da cidade, com parte da sua área a ser vedada e cercada aquando da invasão nazi para a criação do tenebroso Ghetto de Varsóvia. Embora grande parte dessa herança cultural e histórica tenha sido destruída, continua a ser possível encontrar alguns vislumbres da presença semita, com destaque para o Cemitério Judaico de Varsóvia. Com mais de 250.000 campas, às quais se somam algumas valas comuns onde foram depositados os restos mortais de muitos dos que morreram no ghetto, vale a pena visitar esta desconhecida necrópole. Ao passo que o seu congénere de Praga é bem mais conhecido, o Cemitério Judaico de Varsóvia é também um excelente lembrete do legado histórico e cultural da população judaica na Europa Central. Para além disso, face à ligação umbilical de Muranów à comunidade judaica da capital, não admira que este tenha sido o local escolhido para a criação do POLIN – Museu da História dos Judeus Polacos (45 PLN), um museu moderno e interactivo (vencedor do European Museum of the Year Award de 2016) que retrata todo o percurso dos judeus na Polónia, da sua chegada até ao Holocausto, e ao “renascimento” posterior.
Depois sim, é então chegada à hora de visitar a famosa Cidade Velha de Varsóvia, começando pelas suas muralhas e pelo Barbican, um portão fortificado desenhado para ajudar na defesa da cidade em caso de invasão estrangeira. Ao atravessares o Barbican, estarás a entrar oficialmente no coração histórico da capital Polaca, que para além da sua beleza estética, tem também uma história extremamente impactante. Durante a ocupação nazi da Polónia na Segunda Guerra Mundial, Varsóvia foi palco da maior insurreição popular do conflito, com a resistência armada a conseguir fazer face ao maior poderio alemão, até à inevitável derrota. Completamente fora de si, Hitler quis fazer da cidade um exemplo, ordenando que todos os edifícios fossem totalmente e propositadamente raziados, para que Varsóvia fosse apagada do mapa. À conta disso, 85% dos edifícios da cidade foram dizimados, incluindo a Cidade Velha. O resto – como dizem – é história. A Alemanha perdeu a guerra, e as autoridades locais fizeram questão de reconstruir a metrópole, prestando especial atenção (e carinho) à sua Cidade Velha, que foi reconstruída ao pormenor a partir de fotos e quadros antigos, permanecendo em pé até aos dias de hoje. Posto isto, o melhor a fazer por estas bandas é mesmo vaguear sem rumo e ir fotografando as ruelas e casinhas adoráveis, com destaque para a extraordinária Praça do Mercado da Cidade Velha de Varsóvia, considerada uma das praças mais bonitas do mundo.
Outras atracções dignas de destaque no interior das muralhas incluem a Estátua do Pequeno Insurgente, a Catedral de São João Baptista, e – a maior de todas – o Castelo Real de Varsóvia (60 PLN pela visita standard; gratuito todas as Quartas-Feiras). Também ele totalmente destruído durante a guerra e mais tarde reconstruído com pompa e circunstância, o castelo costumava ser a residência oficial dos Reis da Polónia depois da mudança da capital de Cracóvia para a actual. A monarquia já caiu há muito, mas continua a ser possível fazer um tour pelos apartamentos reais e perceber a riqueza e opulência em que viviam os antigos governantes.
No exterior do castelo, podes parar para a foto da praxe na Coluna de Sigismundo, erguida precisamente em honra do monarca que decidiu pela transferência da capital para Varsóvia. Para fechares esta jornada inaugural em beleza, recomendamos que visites a Igreja de Santa Ana e subas à sua torre (10 PLN). Chegado ao topo dos seus 150 degraus, serás brindado com uma das melhores vistas em toda a Varsóvia. Com o início da Rota Real à tua esquerda (mais sobre isso já a seguir) e a colorida Praça do Castelo à tua direita, com as torres e cúpulas das igrejas da Cidade Velha a irromperem nas traseiras e os arranha-céus da zona moderna da cidade no horizonte, esta é a vista panorâmica que aparece em muitos dos postais da cidade. Um final adequado para um dia em grande!
Resumo do 1º dia:
Tendo já visitado a Cidade Velha, o teu segundo dia em Varsóvia será dedicado ao resto do centro histórico da capital polaca, com destaque para a emblemática Rota Real. Estendendo-se por uns impressionantes 11 km, este percurso liga o Castelo Real de Varsóvia ao Palácio de Wilanów, sendo por isso um trajecto habitualmente percorrido pelos monarcas (daí o nome). Apesar do seu impressionante comprimento, os troços mais bonitos da Rota Real dizem respeito às avenidas Krakowskie Przedmieście e Nowy Świat (cerca de 2 km), ao longo das quais poderás parar em várias atracções e marcos históricos dignos de registo. Bom, está encontrada a base do teu plano para hoje!
Assim sendo, vais iniciar o trilho precisamente onde terminaste o dia de ontem, junto à Coluna de Sigismundo, que marca o princípio da Krakowskie Przedmieście. Dentro do registo da Cidade Velha, a arquitectura ao longo da Rota Real é formada por edifícios clássicos coloridos, intercalados com jardins ornamentados, palácios, mansões e igrejas, como o Palácio Presidencial, o Jardim Saxónico (lar do Túmulo do Soldado Desconhecido) ou a Igreja da Santa Cruz, conhecida por albergar o coração de Chopin. Nascido numa pequena vila a menos de 50 km de distância, o famoso compositor Frédéric Chopin cresceu em Varsóvia até aos seus 20 anos, altura em que imigrou para Paris e se tornou um nome lendário da música clássica. No entanto, nunca esqueceu as suas raízes, razão pela qual pediu expressamente que, após a sua morte, o seu coração fosse transportado e depositado em Varsóvia, acabando exposto nesta igreja.
Sem que te apercebas, a avenida anterior acabará por dar origem à Nowy Świat, mantendo-se a toada clássica até chegares à Igreja de Santo Alexandre, situada no meio de uma rotunda. Depois de percorreres as secções mais impressionantes da Rota Real, irás progressivamente aproximar-te das margens do Vístula e visitar algumas instituições dignas de registo, começando pelo Museu de Chopin (30 PLN), dedicado à vida e obra do lendário compositor. Fazendo da interactividade uma das suas valências, o museu conta a história de Chopin, do seu processo criativo e dos locais por onde passou, exibindo ainda objectos pessoais do mestre.
Passando de um dos polacos mais famosos da história para outro, segue-se a visita ao Centro de Ciências Copérnico (46 PLN), assim baptizado em honra de Nicolau Copérnico, o matemático e astrónomo que desenvolveu a teoria do heliocentrismo, contrariando o pensamento dominante da época de que a Terra seria o centro do Universo. Uma mente muito à frente do seu tempo, portanto! Um sítio espectacular para quem viaja com crianças, é um dos museus científicos mais avançados da Europa, permitindo a miúdos e graúdos testar as leis da física, participar em vários tipos de demonstrações e visitar um planetário.
Já com o dia a chegar ao fim, vais fazer uma paragem final no Jardim da Biblioteca da Universidade de Varsóvia. Inaugurado em 2002, este jardim é o espaço verde mais inovativo da cidade, e é surpreendente como tão poucos visitantes o conhecem apesar de ficar a um curtíssimo desvio da Rota Real. Oficialmente, é um dos maiores rooftop gardens (jardins estabelecidos em telhados/topo de edifícios) da Europa, e um excelente sítio para assistir ao pôr-do-sol sobre as águas do Vístula.
Resumo do 2º dia:
Finalmente, chegamos à etapa final do teu périplo pela capital da Polónia! No entanto, antes de apanhares o voo de regresso a casa, vais tirar o teu último dia em Varsóvia para explorares Centrum, o distrito empresarial da baixa da cidade, antes de percorreres o troço remanescente da Rota Real até ao subúrbio de Wilanów.
Uma área de edifícios altos e arranha-céus espelhados, o Centrum pode não ter o charme de outras paragens, mas conta com um conjunto de locais que vale bem a pena visitar. Lembras-te de mencionar a insurreição popular que levou a que Hitler ordenasse a destruição propositada da cidade? Este foi um episódio tão importante na resistência polaca à ocupação Nazi que as autoridades criaram o espectacular Museu da Revolta de Varsóvia (35 PLN), uma exibição dedicada à luta armada underground levada a cabo pelas milícias polacas contra o muito mais poderoso, numeroso e melhor equipado exército Alemão, retratando a história da revolta, as tácticas militares e os testemunhos de combatentes e sobreviventes. A visitar, já que este é um dos melhores museus de toda a cidade! Por esta altura, é impossível não teres reparado no gigantesco edifício clássico que domina a paisagem de Varsóvia, destacando-se dos arranha-céus pelo seu ar antigo e austero.
Trata-se nada menos que o Palácio da Cultura e da Ciência, oficialmente o prédio mais alto da Polónia desde a sua construção, em 1955, até 2022. Apesar de se tratar de um dos grandes símbolos da cidade, são muitos os Polacos que sentem um enorme desdém pelo monumento, já que o mesmo foi “oferecido” Joseph Stalin e permanece um lembrete dos tempos de opressão e ocupação soviéticos. Aliás, o próprio estilo não engana, sendo construído com linhas Art Déco e góticas exactamente iguais às dos arranha-céus clássicos moscovitas que ficaram conhecidos como as Sete Irmãs. Controvérsias à parte, visitar Varsóvia e não passar aqui é como ir a Roma e não ver o Papa.
Para além disso, podes subir ao topo da torre (28 PLN) e desfrutar das vistas sobre a cidade. De regresso ao rés-do-chão, e já com a barriga a dar horas, podes aproveitar para comer alguma coisa no Hala Koszyki. Reaberto em 2016 após um período de semiabandono e renovação, este mercado conta agora com dezenas de restaurantes, cafés e espaços criativos, sendo um dos muitos exemplos das vantagens da revitalização de edifícios antigos. Para além disso, com o seu estilo industrial repleto de elementos de Art Nouveau, não faltam bons ângulos para fotografar.
De estômago reconfortado, nada melhor que um passeio para desmoer no Parque Lazienki, considerado o maior e mais extraordinário espaço verde de toda a Varsóvia. De resto, e a um ritmo lento, poderias facilmente passar um dia inteiro a explorar os seus 76 hectares de terreno, onde poderás encontrar arenas, anfiteatros, jardins orientais, museus, palacetes, templos, monumentos e até um castelo. Nada fora do normal, já que o parque fez, em tempos, parte de uma propriedade da realeza da Polónia. Seja como for, a joia da coroa é o Palácio na Ilha (ou Pałac Łazienkowski), um pavilhão de banhos construído num ilhéu cercado por um lago, e o monumento mais visitado do Parque Lazienki.
Finalmente, e antes de dares a tua aventura por terminada, vais fazer um último esforço e apanhar um autocarro (180 ou 116) da entrada do parque até ao Palácio de Wilanów, que marca o início (ou fim) da Rota Real. Um dos únicos edifícios de Varsóvia a sobreviver às duas grandes guerras, o palácio está agora aberto a visitas, quer optes por dar um breve passeio pelos jardins ou por fazer um tour dos interiores e apartamentos reais (35 PLN). Apesar da sua importância, nem todos os turistas se dão ao trabalho de cá vir, o que faz desta uma paragem bastante válida antes de terminares a tua escapadinha.
Resumo do 3º dia:
Gdansk: Uma das cidades históricas mais importantes do Mar Báltico, Gdansk é uma mistura do melhor da arquitectura e cultura polacas, germânicas e escandinavas, para além de albergar 2 dos museus mais modernos e extraordinários do país (Museu da Segunda Guerra Mundial e o Centro Europeu de Solidariedade). A título de curiosidade, foi a invasão desta cidade poer Hitler que despoletou a WWII.
Torún: Uma das poucas metrópoles que praticamente não sofreram qualquer dano durante a Segunda Guerra Mundial, a Cidade Velha de Torún permanece tal e qual como há centenas e centenas de anos, com destaque para a Praça Central. É também conhecido como o local onde nasceu Nicolau Copérnico (existe um museu muito fixe na sua antiga casa) e pela sua Universidade, uma das mais conceituadas da Polónia.
Lublin: Provavelmente o 2º destino mais subvalorizado de toda a Polónia, Lublin é uma cidade extremamente bonita e pitoresca, longe das multidões e preços inflacionados de outras paragens. Nas redondezas, recomendamos a visita ao Campo de Concentração de Majdanek, onde podes visitar a única câmara de gás original que sobreviveu até aos dias de hoje (todas as outras são reconstruções).
Lodz: Situada a apenas 130 km da capital, Lodz era um dos principais centros industriais da Polónia até à queda do Comunismo, quando muita da actividade foi abandonada. No entanto, a população soube reinventar a sua cidade, transformando-a num dos principais hubs criativos do país (e num dos destinos mais cool). Como tal, é aqui que podes encontrar montes de arte urbana, fábricas transformadas em centros culturais e uma atmosfera alternativa que é bastante diferente de tudo o resto que a Polónia tem para oferecer.
Poznan: Considerada a 5ª maior cidade do país, Poznan é outro destino polaco que conta com a sua tradicional Cidade Velha, desenvolvida em redor de uma praça central (neste caso, uma das mais belas que verás). Como de costume, passear sem rumo é a melhor forma de desfrutar do local, embora recomendemos a passagem na Câmara Municipal, no Castelo Real e a Ostrów Tumski, a ilha onde ficar situada a catedral mais antiga de toda a Polónia. Pelo meio, enfarda todos os Croissants de São Martinho que puderes – são uma especialidade local e sabem incrivelmente bem!
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