Guia de viagem de Veneza que inclui informações acerca de hotéis, restaurantes e transportes entre aeroportos e cidade, bem como um roteiro completo de 72 horas. O itinerário menciona tudo o que ver e fazer em Veneza em 3 dias, com destaque para as principais atracções e pontos turísticos e incluíndo uma day trip a Verona.
Uma das cidades mais famosas e turísticas de Itália, ali lado-a-lado com Roma e Florença, Veneza é mundialmente conhecida como a “Cidade dos Canais”. Afinal, espalhando-se por mais de uma centena de ilhotas interligadas por 400 pontes ao largo da Lagoa de Veneza, é fácil perceber como a lendária cidade ganhou esse epíteto. Talvez tenha sido esse o segredo por detrás da sua popularidade – a forma como, mesmo no país mais belo da Europa, Veneza é tão fundamentalmente única e diferente de tudo o resto.
No entanto, não é só pelos canais tranquilos e pelos gondoleiros estereotipados que Veneza é tão marcante. Na verdade, toda a cidade é de uma beleza que não raras vezes balança entre o pequeno/pitoresco e o imperial/monumental, já que Veneza foi durante mais de 1000 anos o epicentro de um dos mais abastados e poderosos estados marítimos da Europa. Como resultado, nunca se poupou a esforços no sentido de tornar Veneza o mais bela e impressionante possível, uma empreitada na qual os governantes locais eram particularmente talentosos, já que foi a mesma República de Veneza que nos deu outras cidades magníficas como Verona (Itália), Piran (Eslovénia), Dubrovnik, Split, Zadar (Croácia), Kotor (Montenegro), Chania ou Corfu (Grécia).
Posto isto, convidamos-te a ler o nosso guia de viagem de Veneza e descobrir o que de melhor a Cidade dos Canais tem para oferecer, incluindo hotéis, restaurantes, transportes, dicas de segurança e ainda um roteiro completo de 3 dias com tudo o que deves ver e fazer em Veneza.
Dada a sua gigantesca popularidade, é natural que a cidade seja servida por um aeroporto internacional: o Aeroporto Internacional Marco Polo (VCE). No entanto, o Aeroporto de Treviso (TSF), a 30 km de Veneza, é outra alternativa perfeitamente viável, e uma das principais bases da região para companhias aéreas low-cost.
Partindo de Portugal, é apenas possível voar directamente para Veneza Marco Polo (VCE) a partir de Lisboa, com a TAP. Como tal, face à escassez de ligações e de opções com transportadoras low-cost, muitos visitantes optam então por voar para o Aeroporto de Treviso, completando depois o trajecto com recurso ao autocarro (mais informações na secção de transportes entre aeroportos e cidade). Nesse caso, e tendo uma vez mais Portugal como ponto de referência, é possível voar para Treviso (TSF) desde Lisboa (Ryanair) e Porto (Ryanair).
A beleza e apelo universal de Veneza fazem com que qualquer temporada passada na cidade seja sempre digna de registo. Ainda assim, e apesar da sua fama, Veneza é relativamente pequena quando comparada a outras conhecidas cidades italianas. Posto isto, com um fim-de-semana prolongado de 3 dias já é perfeitamente possível desfrutar do que de melhor Veneza tem para oferecer, incluindo ainda uma visita expresso a Verona.
Por outro lado, quanto mais day trips ou excursões acrescentares, com destaque para os outros desvios clássicos a Bolonha, San Marino, Treviso e até mesmo às Dolomitas, maior a necessidade de prolongares o roteiro.
Estando situada em plena Europa do Sul, ditam as regras que a melhor altura para visitar Veneza coincida com a Primavera, Verão e Outono, com o período compreendido entre os meses de Maio e Setembro a ser o mais apetecível. Tem, contudo, em atenção que os meses de Verão em Veneza trazem consigo multidões de estrangeiros verdadeiramente avassaladoras! Para além disso, o calor excessivo pode fazer com que a cidade seja bem menos apelativa (sim, a história dos cheiros, embora exagerada, é verdadeira).
Em contrapartida, deverás então optar pela chamada shoulder-season, correspondente aos restantes meses de Primavera e Outono, quando as temperaturas tendem a ser mais equilibradas e o número de turistas – bem como os preços – um pouco mais baixos. Finalmente, é obrigatório mencionar o famosíssimo Carnaval de Veneza. Durante o período, a cidade recebe um verdadeiro festival de máscaras, com vários eventos a marcar uma das celebrações venezianas mais aguardadas do ano. Infelizmente, esta é também uma época extremamente popular entre visitantes, com mais de 3 milhões de forasteiros a inundarem a cidade e a fazerem disparar os preços.
Uma vez que continuarás dentro da União Europeia, não te é exigida a apresentação de passaporte para poderes viajar, bastando apenas que estejas na posse de cartão de cidadão válido.
Estando o país vinculado às regras de roaming da UE, não te será cobrada qualquer taxa de roaming durante a tua visita a Veneza.
Assim sendo, poderás simplesmente utilizar o teu cartão (quase) como se estivesses em Portugal (os dados das apps que as operadoras portuguesas contam num plafond separado, passam a contar para o teu plafond principal de dados. Isto significa que se tiveres 5GB de dados + 15GB para apps, enquanto estiveres em Veneza esses dados vão ser retirados aos 5GB e não aos 15GB).
Uma vez que Itália faz parte da Zona Euro, o conjunto de países onde é utilizada a moeda única, poderás utilizar o teu cartão de crédito/débito português para fazer levantamentos e pagamentos no destino sem que te seja cobrada qualquer taxa de conversão.
Assim sendo, terás apenas que ter em atenção potenciais taxas cobradas pelo banco emissor da própria caixa automática onde fizeres o levantamento. Contudo, e sempre que haja lugar ao pagamento de qualquer comissão deste tipo, essa informação é descortinada antes de confirmares o levantamento, o que significa que podes sempre cancelá-lo e procurar outra caixa. Tem especial atenção às caixas da Euronet, que cobram uma comissão fixa por levantamento com cartão estrangeiro.
Por outro lado, se precisas de ajuda a manter o orçamento de viagem sob controlo, recomendamos neste guia de viagem de Veneza a utilização do cartão Revolut. Ainda que neste país não possas usufruir da principal vantagem deste produto – levantamentos em moeda estrangeira sem taxas de conversão – continua ainda assim a ser uma ferramenta útil.
Através da aplicação do banco online, terás acesso imediato a todos os gastos e ao saldo da tua conta, monitorizando assim os teus gastos diários. Para além disso, poderás carregar o cartão apenas com o valor que esperas gastar (por dia ou na viagem), evitando assim que gastes mais do que aquilo que esperavas e limitando também o valor que podes perder em caso de roubo ou fraude.
Descobre mais: Dicas para viajantes: Tudo que precisas de saber sobre o Cartão Revolut
No cômputo geral, Itália é um destino extremamente seguro para visitantes, e Veneza não é excepção.
No entanto, é à vontade, mas não à vontadinha! Por mais segura que uma cidade seja, nunca deixes de parte o senso comum, pelo que deverás ter especial atenção aos teus pertences em zonas movimentadas e nunca aceitar ajudas de ninguém quando estiveres a utilizar o multibanco. No fundo, não faças nada que não farias em nenhuma outra cidade do mundo! Para além disso, nunca peças nada num restaurante, especialmente nas zonas mais turísticas, sem que te seja apresentado primeiro o menu, sob o risco de poderes vir a ter uma surpresa indigesta no final da tua refeição. Neste ponto, tem cuidado com as infames “taxas de esplanada”, já que se optares por comer a tua refeição nas mesas exteriores, podes facilmente acabar a pagar um balúrdio. O mesmo se aplica a restaurantes com música, não sendo raros os relatos de contas que chegaram com um valor extra pela “music fee” (taxa musical).
Seja como for, e à semelhança de qualquer cidade com muito turismo, o teu principal risco serão mesmo os scammers e burlões. E aí, a receita é a mesma em todo o lado: quanto mais corda deres, maior é a probabilidade de arranjares problemas. Ignora quaisquer abordagens suspeitas e não interajas com actividades que são ilícitas ou claramente boas demais para ser verdade. Isto não significa que não possas interagir com ninguém ou estar constantemente em estado de alerta – basta apenas ter os cuidados básicos para não te tornares um alvo. Relativamente a burlas/truques específicos de Veneza, o mais clássico é o das viagens de gôndola. Sabias que o preço destas viagens é tabelado pelo próprio governo local?! Em 2024, ditam as regras que a tarifa para passeios diurnos (09h00 às 19h00) é de €90,00 por 30 minutos, subindo para €110 por 35 minutos em horário nocturno. Isto significa que, se um gondoleiro desonesto te pedir mais, já sabes o valor justo a pagar. Não sejas anjinho e vai correr tudo bem!
Sem surpresa, Veneza é uma cidade onde o alojamento levará uma porção substancial do teu orçamento de viagem. Se os preços nunca foram propriamente baixos, nos últimos anos tem-se vindo a assistir a um aumento quase assustador nos valores cobrados, fruto da inflação galopante e dos nefastos efeitos do excesso de turismo (“overtourism”) em Veneza. Infelizmente, a solução mais fácil é sempre a mesma: aumentar preços e taxar; procurando reduzir o turismo a visitantes com maior poder de compra. O mesmo se aplica a restaurantes, transportes ou actividades, pelo que conseguir visitar Veneza durante vários dias com um orçamento baixo é uma missão verdadeiramente hercúlea.
Seja como for, se estás a priorizar a busca de um sítio para dormir na cidade, deixamos-te uma sugestão para cada categoria de classificação no nosso guia de viagem de Veneza:
Nota: Ao fazeres as tuas reservas através dos vários links abaixo não vais pagar mais e estás a contribuir significativamente para a sustentabilidade deste projeto 🙂
IMPORTANTE: Embora não se aplique a este roteiro, em 2024 foi implementada uma taxa turística de €5,00 para quem visitar Veneza em day-trip (isto é, sem passar a noite na cidade). As autoridades já vieram a público confirmar que a taxa será para manter em 2025, com um incremento da tarifa. Assim sendo, e embora ainda não existam detalhes, é já possível adiantar que o valor poderá chegar aos €10,00 e que a taxa será aplicada aos fins-de-semana (e datas especiais) durante os meses de maior pressão turística. Visitantes que fiquem hospedados na cidade NÃO TÊM que pagar esta taxa, uma vez que o imposto já está calculado no valor do alojamento. No entanto, é obrigatório o registo nesta plataforma para que a isenção seja processada.
Caso voes directamente para o aeroporto Marco Polo (VCE), a melhor forma de viajar até ao centro passa por recorrer à linha 5 da rede local de autocarros (ACTV). Esta linha liga o aeródromo ao centro de Veneza (Piazzale Roma), operando diariamente entre as 04h00 e a 01h00, com uma frequência de passagem que varia entre os 15 e os 30 minutos, consoante a altura do dia. O percurso toma cerca de 20 minutos. Quanto a bilhetes, podem ser adquiridos nas máquinas automáticas ou nas cabines situadas no interior do terminal de chegadas. O preço actual é de €10,00. Como alternativa rodoviária, podes ainda apanhar o autocarro 35 da linha privada ATVO Venezia Express. Ambas as linhas partem do mesmo sítio (em frente ao terminal), rumo ao mesmo destino e com o mesmo preço. A única diferença é mesmo a possibilidade de poderes comprar bilhetes para as linhas da ATVO online.
Por outro lado, e à boa maneira veneziana, podes cumprir o mesmo trajecto com recurso a um barco/ferry da Alilaguna. Afinal, o aeroporto tem acesso directo ao seu próprio cais, onde podes comprar os bilhetes por €15,00 antes da viagem (também disponíveis dentro do barco). Os barcos operam entre as 05h20 e a 00h20, com tempos de espera ligeiramente maiores que os dos autocarros. A viagem, essa, é também bastante mais longa, demorando cerca de 1 hora a chegar às “paragens” de San Marco, Lido ou Rialto.
Conforme referido no princípio do guia, são muitos os turistas que optam por voar para Treviso e percorrer os 30 km que separam a cidade de Veneza. Se esse é também o teu caso, então gostarás de saber que existem várias formas de cobrir essa distância de forma prática e relativamente económica. Posto isto, a melhor forma de viajar entre o Aeroporto de Treviso e o centro de Veneza passa por recorrer ao autocarro. Cientes da necessidade e popularidade da rota, são várias as empresas a cumprir o trajecto, com a ATVO e a Terravision a destacarem-se. Em ambos os casos, é possível adquirir os bilhetes antecipadamente através dos seus sites oficiais para as viagens de cerca de 45 minutos a 1 hora. Em conjunto, as duas companhias asseguram ligações diárias entre as 07h45 e as 22h20, com uma cadência de saída que pode variar entre os 30 e os 60 minutos. De resto, os veículos da ATVO são mais frequentes, mas os bilhetes mais caros (€12,00 vs €10,00 da Terravision).
Alternativamente, podes apanhar o autocarro Treviso Airlink até à Estação Central de Treviso e fazer lá transbordo para um comboio até à Stazione di Venezia Santa Lucia. Infelizmente, saem apenas 2 autocarros por hora (nas horas menos concorridas, apenas 1), pelo que poderás que ter que esperar um bom pedaço. Por outro lado, não terás que pagar 2 bilhetes diferentes, já que o website da Trenitalia vende um título único para todo o trajecto. Seja como for, e chegado à estação, é só dirigires-te à plataforma correcta e embarcares num dos vários serviços ferroviários rumo a Veneza. O percurso total (bus + comboio) levará cerca de 1h10, e o preço é de €8,90.
Tendo em conta a importância e popularidade de Veneza, não deixa de surpreender que a cidade tenha uma rede de transportes públicos relativamente rudimentar quando comparada com algumas das suas congéneres europeias e italianas (a topografia não ajuda). No entanto, e enquanto turista, não serás particularmente afectado por isto, já que as ilhas e distritos centrais são perfeitos para percorrer a pé. Aliás, excluindo a viagem de/para o aeroporto e as deslocações para explorar Murano e Burano, dificilmente precisarás de usar transportes públicas durante a tua viagem a Veneza.
Posto isto, o meio de transporte que poderá ser mais útil para quem chega a Veneza em turismo é mesmo o Vaporetto – o nome dado aos emblemáticos autocarros aquáticos – pelo que achámos por bem fazer um apanhado mais detalhado deste meio de transporte.
Embora, conforme referido acima, o mais provável é não precisares de usar qualquer transporte público durante a tua visita a Veneza, a esmagadora maioria dos visitantes gosta de experimentar uma voltinha no Vaporetto, os barcos colectivos que fazem rotas pré-definidas pelos canais de Veneza… Como um autocarro! Especialmente quando comparado com as viagens de gôndola, que obrigam a um gasto mínimo de €90,00 por veículo, com o Vaporetto podes ter a experiência de percorrer os caminhos aquáticos de Veneza por apenas uma fracção do preço. É certo que não tem o mesmo encanto, mas pelo menos fica a recordação!
No total, são 21 linhas que percorrem os principais canais da cidade e arredores, chegando até às famosas ilhas vizinhas de Murano e Burano. Os horários e frequências variam bastante de acordo com as rotas, mas podes consultar cada linha individualmente aqui. Seja como for, o sistema está perfeitamente integrado no Google Maps, pelo que é só inserires os teus pontos de origem e destino, e a plataforma mostrar-te-á imediatamente que vaporetto apanhar, onde embarcar e a que horas.
Infelizmente, e cientes do potencial turístico destes veículos, as autoridades locais encareceram substancialmente as tarifas dos vaporetti para visitantes estrangeiros. Ao passo que os locais podem usufruir de viagens a apenas €1,50, os turistas têm que pagar o preço completo de €9,50 por trajecto, mais de 6x o valor “normal”.
Outra opção é adicionares o teu passe ao cartão Venezia Unica. Este cartão turístico permite-te uma configuração bastante interessante e lá podes adicionar – para além dos bilhetes de transportes – uma variedade de entradas ou passes de museus e de outras atrações. É uma questão de fazer as contas e ver se compensa.
Finalmente, se contas utilizar o Vaporetto de forma muito recorrente, então poderá valer a pena analisar as ofertas diárias e multi-diárias da plataforma:
Em Veneza podes optar por explorar o centro com recurso a um free walking tour. Administrados por empresas ou guias locais, estes tours consistem em visitas guiadas pelos quarteirões históricos, no qual te vão contando as histórias de cada sítio e providenciando um importante contexto cultural. Embora os tours sejam, de facto, gratuitos, mandam os bons costumes que no final cada pessoa dê uma gorjeta ao guia como compensação pelo seu trabalho. No caso de Veneza, o valor mínimo aceitável deverá rondar os €10,00.
Posto isto, aqui estão algumas empresas que organizam free walking tours em Veneza:
Apesar da fama, com 3 dias em Veneza já é possível ficares a conhecer as principais atracções da cidade, restando ainda tempo para uma day trip à belíssima e subvalorizada cidade de Verona. Posto isto, e se estiveres na disposição de fazer alguns desvios que nunca te afastarão em demasia da rota programada para cada dia, poderás ser surpreendido com algumas atracções secundárias dignas de registo.
Como tal, para tornar a tua experiência ainda mais rica, tomámos a liberdade de mencionar alguns sítios menos óbvios que deverás juntar à tua lista de coisas para ver e fazer em Veneza:
Mercado de Rialto: Bem ali no seio do coração turístico de Veneza, pode ser difícil encontrar um lado mais autêntico da cidade contemporânea. Felizmente, o principal mercado veneziano é um excelente sítio para conviveres com os locais e aproveitares para tirar a barriga de misérias.
Scala Contarini del Bovolo: Um dos edifícios mais incomuns de Veneza, este palácio do século XV é especialmente reconhecível pela sua torre adjacente com uma escadaria em caracol, permitindo aos visitantes ir explorando os diferentes pisos. No entanto, o destaque é mesmo a vista do topo, uma das mais agradáveis da cidade.
Ponte de Chiodo: A única de todas as 400+ pontes de Veneza que não tem qualquer corrimão ou protecção lateral. Reza a história que este costumava ser o caso para todas as pontes da cidade, já que era comum os bairros terem rivalidades e resolverem os conflitos combatendo em cima das pontes e atirando os oponentes para água. Séculos passados, os bons modos ganharam e as travessias deixaram de servir esse propósito, restando a Ponte de Chiodo como memória.
Torcello: Embora grande parte dos visitantes se dê ao trabalho de explorar Murano e Burano, muito poucos fazem a viagem até à igualmente bela ilha de Torcello. Apesar de já não restarem grandes indícios do seu passado, na verdade foi aqui que a lendária cidade de Veneza foi fundada há quase 1500 anos.
Lido: Outra das ilhas periféricas de Veneza, Lido foi um dos primeiros resorts balneares europeus de sempre, contando com muitos quilómetros de praias de areia fina banhadas pelo Adriático. Ainda hoje, existem vários hotéis e villas históricas na primeira linha de mar, permitindo-te ter uma experiência diferente daquela a que normalmente associamos à cidade.
Como referimos acima, 3 dias é tempo mais que suficiente para explorar o que de melhor Veneza tem para oferecer. Assim, e com 72 horas completas, poderás apreciar a beleza monumental da Piazza San Marco e da Basílica do mesmo nome, explorar o legado da antiga República naval no Palácio dos Doges, percorrer as margens do esplendoroso Grande Canal de Veneza, atravessar a Ponte Rialto e ainda explorar as ilhas circundantes de Murano e Burano. Aliás, se planeares tudo com cuidado e estiveres na disposição de deixar um ou outro museu/palácio de fora, podes até tirar o último dia do roteiro para a day trip da praxe até à belíssima Verona!
Posto isto, fica com o nosso guia de viagem e descobre o que ver e fazer em Veneza em 3 dias:
Ah, Veneza! Com os seus incontáveis canais, mais de 400 pontes e quase 120 ilhas distintas, haverá poucas cidades no mundo tão emblemáticas ou reconhecíveis quanto “La Serenissima”. Em tempos capital de uma das repúblicas navais mais poderosas do mundo, esta é uma cidade de história, cultura e ostentação, onde cada detalhe em cada edifício foi pensado ao pormenor para impressionar e projectar a imagem de glória e riqueza.
Hoje, vais dedicar o teu dia inaugural na cidade ao distrito de San Marco, correspondente à zona mais turística da cidade e com maior concentração de actividades e atracções turísticas. Posto isto, nada melhor que começar na Piazza San Marco, considerada o coração da cidade e o seu local mais famoso. De resto, é aqui que encontrarás a colecção de pontos históricos que melhor representa Veneza, começando com a inigualável Basílica de San Marco, a principal igreja da cidade. Com as suas cúpulas arredondadas em contraste com as estátuas e espirais pontiagudas, este é um edifício absolutamente único. Já no interior, é impossível não reparar nas semelhanças com a Hagia Sophia de Istambul, especialmente no que toca aos painéis dourados com figuras religiosas. Isto está longe de ser coincidência, já que muitos dos elementos decorativos foram pilhados de Constantinopla durante a Quarta Cruzada, o que explica o aspecto bizantino desta igreja católica. Seja como for, os encantos da praça não se ficam por aqui – longe disso!
Para além da supramencionada basílica, aqui podes também optar por subir à Torre dell’Orologio (€14,00) ou ao Campanile (€10,00), a gigantesca torre em tijolo que se destaca da restante arquitectura.
Adjacente à imponente piazza, é também obrigatória a entrada no Palácio Ducal (€25,00), a antiga residência oficial do Doge de Veneza, título dado ao Chefe de Estado da antiga república. Uma verdadeira obra-prima por dentro e por fora, com frescos extraordinários, terraços escondidos e capelas privativas, este é dos sítios venezianos que mais valem o preço do bilhete. Curiosamente, uma das características mais populares do palácio não está incluída nos tours “regulares”, pelo que se quiseres ver a famosa Ponte dos Suspiros, por onde passavam os prisioneiros no caminho entre a sala de julgamentos e a masmorra do palácio, terás que deslocar-te até à Ponte della Paglia.
Depois de visitado o palácio, irás aventurar-te pelas ruas estreitas e canais recortados do restante distrito de San Marco, vagueando sem destino ao mesmo tempo que aproveitas para riscar da lista algumas atracções menos populares. Destas, destacam-se o Teatro La Fenice (€12,00 pela visita guiada), uma das óperas mais bonitas do mundo; e a Scala Contarini del Bovolo (€8,00), um palácio do século XV com uma torre adjacente famosa pela sua escadaria em caracol. Chegado ao topo, prepara-te para uma das vistas mais agradáveis da cidade.
De regresso ao rés-do-chão, chega então a hora de percorrer o lendário Grande Canal de Veneza.
Estendendo-se por quase 4 km, este é o canal que aparece em quase todos os cartões-postais da cidade, flanqueado por fachadas absolutamente magníficas e ocupado por um concorrido tráfego de gôndolas, vaporetti e traghetti.
Ao passo que as outras centenas de canais são pitorescas e graciosas, como pequenas ruelas de uma qualquer Cidade Velha, o Grande Canal oferece o cenário monumental das grandes metrópoles europeias.
Embora possas perfeitamente fazer um passeio de gôndola, se quiseres poupar uns trocos é preferível apanhar um traghetto, as barquetas improvisadas que unem as duas margens do canal. Dessa forma, podes dizer que navegaste este icónico corpo de água por apenas €2,00! Podes consultar os vários terminais de traghetti aqui.
Seja como for, recomendamos que caminhes ao longo das margens do canal e vás descobrindo alguns dos seus edifícios mais emblemáticos, como a Basílica de Santa Maria della Salute, o Ca’ Rezzonico ou o Ca’ d’Oro, dois dos palacetes mais belos e importantes da cidade. A meio do caminho, é absolutamente essencial atravessar a Ponte Rialto, unanimemente considerada umas das mais belas do mundo.
Embora fique um pouco à desamão, não podemos deixar de recomendar a passagem na Livraria Acqua Alta, considerada uma das mais pitorescas do mundo! À boa maneira Veneziana, os livros foram colocados em estantes altas e barquetas em madeira, de modo a evitar danos quando acontecem as inevitáveis cheias. O resultado final é uma livraria como – garantimos – nunca viste!
Finalmente, e já com esta etapa a chegar ao fim, recomendamos uma visita à Fondaco dei Tedeschi. Originalmente uma espécie de bolsa de valores onde trabalhavam maioritariamente mercadores germânicos, o espaço foi convertido num centro comercial. No entanto, o que justifica a visita é o seu fabuloso rooftop gratuito, ideal para relaxar, esticar as pernas e desfrutar da panorâmica após um longo dia.
Resumo do 1º dia:
Após uma boa noite sono em solo Veneziano, irás preparar-te para o teu último dia na emblemática Cidade dos Canais, já que o terceiro dia do roteiro será dedicado a uma day trip. Nada, contudo, que belisque a tua missão, já que passarás a manhã a explorar os distritos de San Paolo e Cannaregio, antes de te aventurares por outros ilhéus da cidade após a pausa de almoço. Posto isto, vais recomeçar o périplo no Mercado de Rialto.
Bem ali no seio do coração turístico de Veneza, pode ser difícil encontrar um lado mais autêntico da cidade contemporânea, mas felizmente o principal mercado veneziano é um excelente sítio para conviveres com os locais e aproveitares para quebrar o jejum. Já com o tanque abastecido, vais então caminhar pelas inúmeras ruas, pracetas, pontes e canais de San Paolo.
Embora menos conhecido que San Marco, este distrito continua repleto da arquitectura tradicional Veneziana que todos os anos faz as maravilhas de milhões de visitantes, polvilhado com algumas atracções dignas de registo, como a Basílica de Santa Maria Gloriosa dei Frari ou a Scuola Grande di San Rocco. Embora em estilos totalmente diferentes uma da outra, estas duas igrejas são dois verdadeiros ex-libris da cidade.
De seguida, vais iniciar o teu percurso na direcção norte, até chegares ao distrito de Cannaregio, conhecido como o antigo bairro judaico de Veneza. Como deves ter depreendido, era aqui que residia a comunidade semita da cidade.
Curiosamente, este quarteirão era conhecido pelas suas fábricas de fundições, a que os venezianos chamavam de “geto”. Uma vez que os judeus eram obrigados a viver em Cannaregio e não podiam sair depois do sol se pôr, foi daqui que surgiu a palavra “ghetto”, que haveria de se tornar sinónimo de terror séculos mais tarde. Embora já não sobrem muitos judeus em Veneza, algum do seu legado resistiu à passagem do tempo, pelo que podes aproveitar para visitar o Museo Ebraico di Venezia (€17,00) e algumas das pequenas (mas históricas) sinagogas locais.
Ainda nas redondezas, não deixes de atravessar a Ponte de Chiodo, a única de todas as 400+ pontes de Veneza que não tem qualquer corrimão ou protecção lateral. Reza a história que este costumava ser o caso para todas as pontes da cidade, já que era comum os bairros terem rivalidades e resolverem os conflitos combatendo em cima das pontes e atirando os oponentes para água. Séculos passados, os bons modos ganharam e as travessias deixaram de servir esse propósito, restando a Ponte de Chiodo como memória.
Vistas que estão as principais atracções das ilhas mais centrais de Veneza, vais tirar então a tarde para explorar os ilhéus alguns dos ilhéus periféricos mais populares. Para isso, vais visitar a paragem de Vaporetto mais próxima da Ponte Chiodo (mais informações na secção de transportes) e apanhar o autocarro aquático nº 13, 4.1 ou 4.2 até Murano.
Pensa nesta ilha como uma espécie de Veneza em miniatura, com os mesmos canais pitorescos e edifícios clássicos, mas com menos multidões. No entanto, Murano é acima de tudo conhecida pelo seu Vidro Veneziano, considerado um dos mais valiosos e artísticos do mundo. Aliás, tanto assim era que foram as próprias autoridades locais a ordenar que todos os produtores montassem os seus ateliers nesta ilha, já que dessa forma seria mais fácil controlar quem tentasse fugir e partilhar os segredos do vidro veneziano com outros países europeus – outros tempos!
Seja como for, a arte pegou e Murano é ainda hoje uma referência da área, pelo que a visita ao Museu do Vidro (€10,00) é um must. Outro locais onde vale a pena dar uma vista de olhos incluem a Basílica di Santa Maria e San Donato, a Igreja de San Pietro Martire ou o peculiar Palazzo Da Mula.
Por esta altura a hora vai começar a apertar, mas terás ainda tempo de apanhar mais um Vaporetto junto ao Farol de Murano (linha nº 12) e visitar outra ilha antes de regressares à cidade. Falamos – claro está – de Burano, um dos locais mais fotogénicos de toda a Lagoa de Veneza.
Originalmente uma pequena vila piscatória, Burano é famosa pelas suas casinhas coloridas e canais charmosos, sendo que o melhor a fazer é mesmo percorrer as ruas sem objectivo (mas seguramente com a objectiva). Embora não existam grandes atracções propriamente ditas, podes sempre fazer as visitas da praxe à Igreja di San Martino (com o seu campanário torto), à Piazza Galuppi ou à vibrante Casa di Bepi Suà. Para terminar, nota ainda para os tecidos em renda, que estão para Burano como o vidro está para Murano.
Também aqui, esta arte centenária está presente em praticamente todas as lojas de souvenirs, ateliers e workshops. Para aprenderes mais sobre a história e origens da renda de Burano, e testemunhares alguns dos melhores trabalhos desta arte, quererás ainda visitar (se der tempo) o Museu da Renda de Veneza (€5,00).
Resumo do 2º dia:
Agora que já visitaste o que de melhor Veneza tem para oferecer, vais aproveitar o derradeiro dia deste roteiro para dar um saltinho até Verona.
Embora a cidade tenha vindo a ganhar popularidade nos últimos anos, este continua a ser um dos destinos mais subvalorizados de Itália, tal é a quantidade e variedade de locais fabulosos a visitar. Seja como for, e antes de passarmos à acção, é necessário tratar da parte logística. Felizmente, não há muito que inventar, já que ambas as cidades estão ligadas pela rede ferroviária do país, pelo que é só aceder ao website da Trenitalia e comprar os bilhetes online (1h30 para cada lado, com os bilhetes disponíveis a partir de €20,00 ida e volta). Como alternativa, tens sempre a Flixbus, com várias ligações diárias para o trajecto da mesma duração desde €13,50 (também ida-e-volta).
Independentemente da tua escolha, vais querer sair bem cedo a acelerar o ritmo, já que cobrir Verona numa day trip não é tarefa fácil.
Posto isto, e para a introdução perfeita à cidade, vais começar imediatamente por atravessar a Ponte Scaligero, directamente ligada (e no mesmo estilo) ao Castelvecchio (€9,00), a antiga residência oficial da poderosa família della Scala, que governou Verona durante grande parte dos séculos XIII e XIV. Embora já não sobre grande coisa dos interiores do castelo original, o exterior e as muralhas foram mantidos em excelente estado. Junto ao Castelvecchio, podes ainda dar uma vista de olhos no Arco dei Gavi, um antigo arco romano com quase 2000 anos.
Depois, irás caminhar pela inevitável Piazza Brá, considerada o epicentro e principal local de convívio de Verona, no meio da qual poderás encontrar a maior atracção de toda a cidade. Falamos da famosa Arena de Verona (€12,00), um espectacular anfiteatro romano com capacidade para mais de 20.000 pessoas, que ainda hoje recebe inúmeros concertos e festivais anualmente durante o Verão. Daí, entrarás oficialmente na Città Antica, o quarteirão correspondente à Cidade Velha, onde poderás visitar igrejas antigas, fotografar pracetas escondidas e caminhar pelas suas ruas estreitas e pedonais.
De resto, um dos melhores exemplos será a Via Giuseppe Mazzini, considerada a principal artéria comercial de Verona, e no final da qual deparar-te-ás com a Casa de Julieta (€12,00, mas não recomendamos a entrada). Neste ponto, é necessário abrir um importante parêntesis: Apesar da lendária obra de Shakespeare ter lugar em Verona, não existe qualquer indício da existência de qualquer Romeu ou Julieta na cidade. Aliás, o próprio autor nunca lá meteu os pés, pelo que toda a história é puramente ficcional. Seja como for, as autoridades de Verona ficaram mais que satisfeitas por poder colher os louros dessa promoção, tendo baptizado este edifício histórico – com direito à famosa varandinha e tudo – em honra da personagem feminina da trama. B
em mais importante é a Piazza delle Erbe, o local de paragem mais emblemático da Città Antica. Cercada por vários palácios e edifícios históricos, a praça é ainda lar da Torre dei Lamberti (€6,00), que poderás subir para uma vista bem agradável da baixa.
Num dos cantos da praça, irás ainda reparar numa série de passagens em arco. Se as atravessares, irás dar à Piazza dei Signori, que embora não seja tão importante quanto a antecessora, certamente que não lhe fica a dever nada no que toca ao campo estético, com mais uma série fenomenal de palazzos, estatuetas e sedes governativas.
Logo à frente, precisamente numa das saídas da praça, está também situada a Igreja de Santa Maria Antica, cujo interior esconde os Arche Scaligere (podes usar o mesmo ingresso do Castelvecchio), um conjunto monumental de túmulos góticos pertencentes à já mencionada família della Scala.
E já que falámos de igrejas, as tuas próximas paragens serão dois dos mais importantes locais de culto da cidade, começando pela fabulosa Igreja de Sant’Anastasia, com os interiores mais bonitos de Verona, e o Duomo di Santa Maria Matricolare, considerada a principal catedral local.
Finalmente, e antes do regresso de comboio/autocarro a Veneza, irás terminar o dia exactamente como o começaste, atravessando uma das pontes históricas da cidade. Desta vez, será a pitoresca Ponte Pietra, uma ponte romana reconstruída no final da Segunda Guerra Mundial, que te dará acesso ao distrito vizinho de Veronetta. Já no lado oposto da margem, podes optar por caminhar ou apanhar o funicular (€2,00 ida; €3,00 ida-e-volta) até à Piazzale Castel San Pietro, onde te poderás despedir de Verona (e desta aventura) com a melhor vista de toda a cidade.
Resumo do 3º dia:
Pádua: Provavelmente a segunda cidade mais famosa da região do Veneto, Pádua é conhecida como um importante local de peregrinação, já que é na impressionante basílica local que está sepultado Santo António (sim, o santo padroeiro de Lisboa). Fora dos trâmites religiosos, a cidade alberga ainda uma das universidades mais velhas da Europa – onde estudou Galileu – bem como o jardim botânico mais antigo do mundo.
Vicenza: Outra cidade próxima – e pertencente à mesma região – Vicenza é o local a visitar se quiseres ficar de queixo no chão com alguns dos melhores edifícios renascentistas de toda a Itália. Com atracções como a Basílica Palladiana, o Teatro Olímpico ou a extraordinária via Corso Palladio, é difícil de acreditar como é que esta cidade não desfruta da mesma fama de outros destinos transalpinos.
San Marino: És daqueles malucos que gosta de coleccionar países e contar bandeiras? Então podes fazer um 2-em-1 e dar um saltinho a San Marino, uma das duas nações independentes que são enclaves cercados por território italiano. É um dia longo, mas perfeitamente possível, já que este é nada menos que o 5º país mais pequeno do mundo! Podes apanhar o teleférico para a Cidade Velha, percorrer as Três Fortalezas (Guaita, Cesta e Torre del Montale), visitar a Basílica e ainda terás tempo mais que suficiente para regressar à base.
Treviso: Já que muitos visitantes acabam por aterrar nesta cidade, mais vale tirarem umas horas para verem de que se trata! Na verdade, Treviso é um excelente complemento a Veneza, já que esta bonita cidade muralhada acaba muitas vezes por cair no esquecimento face à insustentável fama do seu vizinho. Um erro crasso, já que a arquitectura é semelhante, os canais também estão lá e é infinitamente menos movimentada (e mais barata) que Veneza.
Bolonha: Situada a pouco mais de 150 km de Veneza, não há como desconsiderar os encantos de Bolonha. Apelidada de La Rossa, em virtude dos tons vermelhos e alaranjados de todo o seu centro histórico, Bolonha alberga a universidade mais antiga do mundo, bem como um conjunto de atracções capazes de fazer render da melhor forma este dia extra da tua aventura.
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